No fulgor do 20º aniversário da exibição original do anime Dragon Ball Z, a Toei Animation fez um anúncio arrebatador em fevereiro de 2009: uma remasterização do amado show estava em andamento. E assim, o mundo foi presenteado com Dragon Ball Z Kai.

Nesta análise meticulosa, vamos explorar as nuances entre as duas versões, uma viagem que promete ser tão épica quanto a própria série.

Ao pisar pela primeira vez na tela da Fuji Television em abril de 2009, Dragon Ball Z Kai fez jus ao seu predecessor, mas também brilhou com luz própria. Ostentando tecnologias de imagem atualizadas e alterações narrativas sutis, a série lançou um novo olhar sobre o universo Dragon Ball.

Em sua nova versão, Dragon Ball Z Kai possui 159 episódios, uma redução drástica dos 291 episódios originais.

O motivo? Uma decisão estratégica para descartar episódios “fillers”, produzidos para preencher a programação enquanto o mangá ainda estava em publicação. O resultado foi um anime mais enxuto, com uma narrativa mais direta e eficiente.

A violência, um dos principais obstáculos para Dragon Ball Z em mercados internacionais, também foi amenizada. As mortes sangrentas e confrontos diretos foram readequados ou reduzidos, tornando a série mais acessível para um público mais amplo.

Outra mudança marcante foi a proporção da tela, agora adaptada para os padrões Full HD (16:9). A Toei Animation fez um trabalho magistral, ajustando a proporção 4:3 original sem perda significativa de conteúdo.

A paleta de cores também foi atualizada, conferindo ao anime uma aparência mais moderna. Mesmo assim, é justo dizer que o colorido vibrante da versão de 1989 já era um diferencial à época.

Não foram apenas as imagens que passaram por uma reformulação. Os diálogos foram repaginados, com os roteiristas dando uma nova roupagem aos textos, tornando-os mais fiéis ao mangá de Akira Toriyama.

A nova versão também precisou de uma nova dublagem. A atriz e dubladora Masako Nozawa, que tem emprestado sua voz a Son Goku desde 1986, foi uma das que retornou ao elenco.

A série Dragon Ball Kai foi dividida em duas partes, com a primeira interrompida abruptamente após 98 episódios devido ao devastador tsunami de 2011 no Japão. A produção foi retomada em 2014, finalizando a saga de Majin Boo.

Novas aberturas e encerramentos também fizeram parte da renovação. A popular “Cha-La Head-Cha-La” foi substituída, entre outras, pela “Dragon Soul”, de Takayoshi Tanimoto.

Uma nova trilha sonora, composta por Kenji Yamamoto, trouxe frescor à série. Infelizmente, um escândalo de plágio levou à sua substituição por Shunsuke Kikuchi.

Em suma, é crucial lembrar que Dragon Ball Z Kai é uma remasterização, não um remake.

Os mesmos quadros desenhados de 1989 a 1996 foram usados, com atualizações na imagem, cenários modificados, cores renovadas, além de uma dublagem e trilha sonora repaginadas.

É compreensível que, à primeira vista, alguns fãs possam estranhar as alterações. No entanto, é importante salientar que as diferenças entre Dragon Ball Z e Dragon Ball Z Kai são mínimas, e ambas as versões podem coexistir harmoniosamente, oferecendo aos espectadores a oportunidade de escolher a que mais lhes agrada.

Em última análise, Dragon Ball Z Kai é uma prova de respeito e amor à obra original, mantendo a essência que conquistou milhões de fãs ao redor do mundo. É uma ode à nostalgia, reacendendo o encanto e entusiasmo que nos envolveu quando vimos Dragon Ball Z pela primeira vez.

Portanto, seja você um fã de longa data ou um recém-chegado ao universo Dragon Ball, ambas as versões oferecem uma experiência única e emocionante. Então, escolha seu lado, prepare sua xícara de chá, e mergulhe no mundo fascinante de Dragon Ball.